Aconteceu no último sábado (08), no Guarujá-SP, a palestra no Fórum Esfera, idealizada e promovida para debater assuntos do presente e o futuro do Brasil. Dentre alguns dos convidados, estavam o Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o Presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas e o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).
Como não poderia ser diferente, o atual momento econômico brasileiro foi um dos principais temas abordados. O empresário e sócio-fundador da Cosan, Rubens Ometto, um dos convidados do Fórum, fez duras críticas à política fiscal do Governo Federal, ao arcabouço fiscal e ao próprio governo.
Ometto começou o seu pronunciamento dizendo: “Eu quero falar do que está errado, do que a gente precisa se unir para corrigir”. O empresário explicou o motivo pelo qual não acreditou no arcabouço fiscal desde a sua idealização: “Ele (arcabouço fiscal) é baseado na ideia de permitir aumentar as despesas, na medida em que as receitas aumentassem. Então é uma questão lógica, é claro que o governo trabalharia furiosamente para aumentar a receita e assim poder gastar mais. Este arcabouço reflete claramente a visão de alguém que quer fazer o governo gastar e não diminuir a sua dívida pública”.
E ainda completou:
“Essa é uma visão oposta a incentivar a iniciativa privada, que seria um caminho muito mais barato e muito mais eficiente para o nosso país”.
E não foi apenas o arcabouço fiscal que foi criticado pelo empresário. A forma adotada pelo Governo Federal para conseguir a aprovação da Reforma Tributária, também foi condenado por Rubens Ometto:
“Para se aprovar a Reforma Tributária, fizeram uma série de concessões e depois o poder executivo, através da Receita Federal, através da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, através da Fazenda, ‘está mordendo pelas bordas’. Eles estão mudando as normas, modificando as regulamentações, para arrecadar mais. Sai a lei de um jeito e depois eles soltam normas para te ‘morder'”, disse.
Ometto ainda exaltou que o governo brasileiro está preocupado em “morder” e “taxar tudo”, fazendo uma referência à vontade governamental de arrecadar cada vez mais:
“Isso aconteceu com as mudanças das regras do Carf, com a mudança do crédito presumido do IPI, com a mudança dos créditos do PIS/Cofins e com a desoneração da folha. Eles nunca estão preocupados em interpretar a ideia do legislador, eles estão preocupados em ‘morder’ e estão fazendo isso. E quando você faz isso você desrespeita a lei e cria um péssimo exemplo”, disse. “Do jeito que está, com o governo metendo a mão, querendo taxar tudo e com juros desse jeito, não dá”, finalizou.